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Você já comparou os filhos com navios?

Ao olharmos um navio no porto, imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte âncora.

Mal sabemos que ali está, em preparação, abastecimento e provisão para se lançar ao mar, ao destino para o qual foi criado, indo ao encontro das próprias aventuras e riscos.

Dependendo do que a força da natureza lhes reserva, poderá ter que desviar da rota, traçar outros caminhos ou procurar outros portos.

Certamente, retornará fortalecido pelo aprendizado adquirido, mais enriquecido pelas diferentes culturas percorridas.
E haverá muita gente no porto, feliz à sua espera.

Assim são os filhos.
Estes têm nos pais o seu porto seguro até que se tornem independentes.
Eles nasceram para singrar os mares da vida, correr seus próprios riscos e viver suas próprias aventuras, levando consigo o sonho de ser feliz.
Sabemos, no entanto, que não existe felicidade pronta, algo que se guarda num esconderijo para ser doada, ou transmitida a alguém.

O lugar mais seguro que o navio pode estar é o porto.
Mas ele não foi feito para permanecer ali.
Os pais podem querer o sorriso dos filhos, mas não podem sorrir por eles.
Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos, mas não podem ser felizes por eles.

Devem se orgulhar em ver os filhos – como navios – partirem de seu porto para as próprias conquistas e aventuras.
Mas… Como é difícil soltar as amarras…

Texto de Içami Tiba

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